23 de outubro de 2014

10 Piores momentos do Superman

Não é segredo para ninguém que Superman é um personagem antigo. Bem antigo. De fato, o mais antigo de todos, já que ele é o primeiro. Já são 75 anos de histórias nas mais diversas mídias e, por estar aí há tanto tempo, é claro que o personagem teve seus altos e baixos. E, já que está vindo aí um filme que promete redefinir o personagem nos cinemas, nada melhor do que analisar, não os bons momentos, mas os ruins, ou seja, os perrengues pelos quais o super-herói passou em diversas mídias, não por conta de supervilões ou mazelas da sociedade, mas por conta de maus roteiros, ideias GENIAIS e reformulações bizarras de todos os tipos. Não é uma lista definitiva, é claro, então fiquem à vontade para trazer outros momentos ruins do personagem.




 photo 10_zpsc2098fd9.png10. Superman de roupa nova nos Novos 52
Diferente de boa parte dos leitores de HQs, eu não sou avesso à reformulações, especialmente na DC (afinal, já passei por pelo menos umas 3 durante meus 23 anos lendo quadrinhos). Mas tem coisas nos Novos 52, o mais recente reboot da DC, que eu não consigo engolir, e a principal delas se resume ao seu uniforme. E não pense que é por conta da falta de cueca por cima da calça (o uniforme do filme Man of Steel, por exemplo, eu acho muito bom).
O que realmente me incomoda é esse retorno à vibe anos 90 de fazer todos os personagens terem visuais de vídeo game com detalhes que não servem para nada. Para piorar, o uniforme do Super é meio que uma armadura. Como se ele precisasse de uma armadura. Mas, quando se lembra que um dos manda-chuva da DC atualmente é o Jim Lee, que praticamente encabeçou o “giro imagético” dos super-heróis nos anos 90, começa a fazer sentido. Mas não menos ruim.





 photo 9_zpsbb22ece6.jpg 9. Superman 3
Os filmes do Super com o Christopher Reeve são considerados clássicos para a geração que hoje tem entre 30 e 40 anos. Mas o que pouca gente comenta é que, dos 4 filmes com o ator, apenas os dois primeiros são lembrados com orgulho. Os outros são citados e geralmente deixados de lado, não por acaso.
O pior deles é sem dúvida Superman 3. Numa história que devia ter sido sobre o Brainiac, acabou sendo sobre um empresário e um hacker de computador interpretado por Richard Prior. Sim, o comediante Richard Prior é o “vilão” dessa história que parece mais vislumbre perturbador de como seria, anos mais tarde, a série Lois & Clark em sua primeira temporada.
Vale pela curiosidade de ver Annette O’toole, que interpretou a Martha Kent em Smalville, como Lana Lang. Mas de resto, o filme é uma verdadeira bomba em todos os aspectos.





 photo 8_zpsd9e4653b.jpg8. O Superman dos anos 90 entra na moda… dos anos 80
Os anos 90 foram uma época tensa para os quadrinhos. Numa década em que a Marvel estava indo à falência e a Image criava uma era onde o roteiro era um detalhe sem importância, a DC mantinha um bom ritmo após sua reformulação consolidada com a Crise nas Infinitas Terras. Infelizmente, a DC achou que era uma boa ideia acompanhar os radicalismos e falta de roteiros de seus concorrentes, e levou os personagens a extremos, como quebrar a coluna do Batman e transformar Hal Jordan em um vilão. Entre estas ações, uma delas foi a alardeada Morte do Superman, que se passou num arco de histórias nas revistas do personagem lá nos EUA, mas que aqui saiu numa edição especial bem dessincronizada com a cronologia que passava por aqui.
Mas o que realmente importa nisso é que, como se poderia imaginar, Superman eventualmente retornou. Mas ele não retornou como era antes. Ele retornou… com mullets! Isso mesmo! A DC achou que a melhor forma de modernizar personagem era fazer seu visual ficar na moda…que havia acabado 15 anos antes.
Eu fico imaginando o Clark, achando que está abalando com aquele “novo” visual, enquanto para os outros ele parecia só aquele tiozão que quer ser moderno, mas fica ridículo.



 photo 7_zpsd62b1397.jpg7.  Superman dá desculpas ruins pro seu sumiço – e cola!
Na Metrópolis de Superman – O Retorno, todos os jornalistas do Planeta Diário são idiotas (o que não está muito longe da verdade, RRRRRRRRRATINHO-OOO). Além do fato de que ninguém nunca percebeu que o Clark era o Superman, como no filme dirigido por Bryan Singer, Superman desaparece por 5 anos para ir à Kripton (e consequentemente Clark some também), e quando ele volta ninguém percebe que Clark volta AO MESMO TEMPO (sendo que ele também foi viajar na mesma época que o Super sumiu. É por isso que o Planeta Diário só lança furos sobre o Lex Luthor: é o mais óbvio! Apesar de que Superman – O Retorno se passa no universo do Super do Donner, que era capaz de hipnotizar as pessoas com um beijo. Será que o Clark beijava geral lá no Planeta Diário?
É claro que, para ser justo (até por que sou um dos que realmente curte SR), o filme traz uma explicação para isso, que ficou de fora da edição final do filme: Como Clark contou que iria viajar pelo mundo, Martha ficou enviando mensalmente cartões postais fakes de diversos lugares para Lois como se fosse o Clark, como se a cada vez que ele chegasse num novo lugar, ele escrevia e mandava um cartão postal para ela.



 photo 6_zps4cbed777.jpg6. Superman apanhando para um Batman velhaco e caquético   
Quem cresceu com o clássico O Cavaleiro das Trevas (a HQ, não o filme), muitas vezes acabou criando uma visão bastante pejorativa do Superman, tudo por conta da forma como ele foi tratado na minissérie de Frank Miller (embora o autor tenha comentado em diversas ocasiões que o Superman dele foi retratado assim para levar a história adiante e justificar a importância de um Batman nesse universo).
E a coisa mais vergonhosa na minissérie não é ele do lado do governo, ou o fato dele ser retratado como um caipira retardado totalmente estereotipado, mas sim o fato dele apanhar do Batman. Sim, por que não estamos falando do Batman que, COM PREPARO, pode se virar contra superseres (ainda que na grande maioria das vezes isso já seja forçado). Estamos falando de um velho caquético que resolve voltar à ativa e está totalmente fora de forma, tanto que se quebra tudo para fazer as coisas “simples” que fazia antes, como pegar bandidos e fugir da polícia. E não adianta dizer que ele estava de armadura, pois com a idade avançada e considerando as dificuldades que ele teve durante toda a série, duvido que ele teria forças para sequer se mexer dentro daquela armadura.
Para piorar, o Batman finge que morreu, o Super percebe que ele tá fingindo e ele ainda fica de boa! Se eu fosse o Superman, mesmo que ficasse quieto para manter o herói atuando na surdina, ia encontrar o Batman e tirar umas satisfações.



 photo 5_zps5c47ef01.jpg5.  Superman XXX
E não estou falando aqui de uma paródia pornô do Super, e sim de uma situação bastante inusitada que aconteceu, de fato, nos quadrinhos (depois você pergunta por que a DC faz tantos reboots). Numa história, escrita pelo John Byrne que o Daniel HDR tanto adora, A Grande Barda é hipnotizada por um vilão chamado Sleez e forçada a fazer um pornô com o Superman.
E, pior do que colocar um herói sendo forçado a fazer um filme pornô, e fazê-lo não ir às vias de fato (é claro que isso não ia acontecer), pois o Super obviamente se livra da hipnose antes da penetração. Que chato.
Dizem as más línguas que o Kirby odiou a história, em parte por que a personagem da Barda tinha sua personalidade moldada a partir da esposa dele. Chato mesmo quando pegam seu personagem inspirado na sua mulher e colocam ela pra fazer um pornô como Superman.



 photo 4_zps91ac8239.jpg4. Superman massaveio
Superman – Pelo Amanhã é um arco de histórias que já começa mal por ser desenhado pelo Jim Lee – Nem fazer filme pornô sem botar para dentro é tão vergonhoso quanto ser desenhado pelo Jim Lee – Bem, talvez se fosse pelo Liefeld). Mas o pior é que a ideia do arco é particularmente bem criativo: Um dia, Superman se dá conta de que o seu pai biológico só conseguiu salvar um Kriptoniano (ele) por que agiu tarde demais. Por isso, Clark decide agir preventivamente e transforma a Zona Fantasma numa “Terra backup” para onde ele poderia levar pelo menos uma boa parte da humanidade em caso do fim do mundo. Só que as coisas não acontecem como o esperado e um milhão (ou um bilhão, não lembro) é mandado para lá sem ninguém saber. A história começa com o mistério de uma parte da humanidade ter desaparecido, e só aos poucos vamos descobrindo que isso tem a ver com o Superman,
A história poderia ter sido um marco na carreira do herói, se Brian Azzarello não tivesse se perdido no meio do caminho e transformado o que parecia ser um drama bem bacana numa história massaveio do Superman Vs um Zod de armadura, com um padre com câncer transformado num assassino superpoderoso correndo por fora. Sim, isso mesmo. Acho que não preciso falar mais nada.



 photo 3_zpsc225ed95.jpg3. Superman Elétrico
Ah, os anos 90… Tempos que não voltam mais (ainda bem). Nessa época, a DC achava que seus personagens estavam datados e precisavam ser constantemente reformulados. Como o Superman geralmente é o pivô desses argumentos vazios, talvez por isso ele tenha sido o que mais sofreu com essa mentalidade.
A DC decidiu que, ao invés de melhorar a qualidade das histórias e tornar o personagem mais relevante para a geração da época, o melhor a fazer era mudar os poderes do Super, transformando o personagem em… Bem, em outro personagem completamente diferente.
Foi o que aconteceu quando, ao tentar recuperar seu poderes (que ele havia perdido, dã…), Superman acabou mergulhando no sol e se transformando num ser elétrico. Sim, isso mesmo. Nada de superforça, supervelocidade, visão de calor, etc. Ele agora era um cara com poderes elétricos.
Pior que isso só o retorno dele. Como eles não tinham pensado em como fazer o Super voltar ao normal, eles fizeram uma saga qualquer em que, no final o Super se “sacrifica”, eliminando todos os seus poderes elétrico, e ficando no lugar… O Super normal. Sim, eu sei. Imagina minha frustração ao ler a história (e sim, eu li tudo).



 photo 2_zpsd912a009.jpg2. Superman Dividido em Dois
Eu disse que o retorno do Super elétrico para o normal era pior que o Superman elétrico em si? Bem, eu estava enganado. Pior que um Superman elétrico, são DOIS Superman Elétricos. Pois é, a DC deve ter achado que não chamaria atenção o suficiente mudando os poderes e o uniforme do herói e, não contente com isso, ainda fez com que durante um armadilha do Superman Ciborgue, ele se divide em dois seres distinto: Superman Vermelho e Superman Azul, que não eram um “mal” e outro “bom”. Os dois eram o mesmo superman, só que cada um com “parte” das características do herói.
O pior é que esse arco era uma “homenagem” (não sei se intencional ou não) a uma história da Era de Prata, a única que supera os anos 90 em termos de bizarrice nos quadrinhos. Que homenagem de merda.



11. Toda a Era de Prata
Se tem uma época mais surreal que os anos 90 (embora por motivos e um contexto totalmente diferente) é a chamada Era de Prata dos Quadrinhos. Como um período pós Segunda Guerra, e consequentemente contemporâneo ao Comics Code Authority, que institui uma censura forte nos quadrinhos, os autores da Era de Prata tinham que se virar nos 30 para fazer histórias que chamassem a atenção se as muletas mais óbvias, como uso da violência, por exemplo. O resultado foram um desfile de histórias e situações bizarras que hoje, vendo através de uma lente de anacronismo, parece realmente difíceis de engolir.
De todos, o Superman é o que compila as situações mais bizarras. Nesta época, ele finge que morreu para tirar uma onda, força o Jimmy Olsen a casar com uma gorila, decide só ajudar as pessoas se for pago, pinta um bigode na Lois, e isso só para citar alguns dos MUITOS exemplos de um Superman totalmente irreconhecível para as gerações mais recentes. É tanta coisa bizarra do Superman nessa época (especialmente as capas), que  Era de Prata inteira pode ser considerado um momento bem ruim do Superman. E por isso está em primeiro lugar nesta lista.
Superman é o meu herói preferido. E, como todo grande fã, o mais importante para mim é se manter otimista com o pensamento de que, felizmente, estes momentos ruins não são tão frequentes como poderiam ser. Embora sempre se possa piorar. Mas tento não pensar muito nisso.


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